Análise: Lucas Lima desequilibra, e Sport pavimenta busca por acesso sob atmosfera singular da Ilha
A contagem regressiva pelo retorno à Ilha do Retiro não foi em vão. Dona de uma atmosfera singular, a casa rubro-negra pulsou como nos seus dias mais especiais, na partida que marcou a sua reinauguração. De tão bom, o roteiro pareceu até escrito por um inspirado torcedor do Sport.
Em um jogo duríssimo e contra um adversário tradicional (e que não facilitou a vida da equipe pernambucana), o Leão venceu o Ceará, na noite desta segunda-feira, com um gol nos acréscimos. Vitória, sim, da união entre estádio e torcida. Mas longe de ser apenas deles.
Principal reforço do Sport na temporada e líder técnico absoluto do elenco, Lucas Lima voltou a desequilibrar. Com passes precisos e visão de jogo diferenciada (especialmente para uma Série B!), o meia foi o dono do jogo.
Foram dos pés dele que saíram as principais jogadas do Leão. As que valeram e as que não valeram.
No primeiro tempo, Lucas Lima deu passes com perfeição que rasgaram a defesa cearense e terminaram em gols de Titi Ortiz e Igor Cariús. Ambos anulados por impedimento.
No segundo tempo, após jogada individual dele mesmo, Lucas Lima deu o passe para Barletta abrir o placar. Novamente o meia, na frieza diante de uma Ilha do Retiro mal-humorada com o empate que se desenhava, iniciou a jogada para o gol da vitória de Wellington Silva, nos acréscimos.
"O Sport teve o Lucas Lima para fazer essa diferença, o Ceará não teve um jogador com essa capacidade", observa o comentarista da TV Globo Cabral Neto.
- Especialmente no segundo tempo, quando ele entrou mais profundamente na partida, começou a fazer a diferença, o passe dele começou a encaixar mais, as jogadas começaram a sair. E ele faz belíssimas jogadas - complementa.
Num jogo equilibrado (tanto no ímpeto para a forte marcação quanto nas falhas), bem disputado, com duas equipes que apresentaram coragem para fazer um duelo franco e ofensivo, pode-se dizer que foi um detalhe que fez a diferença: a Ilha do Retiro.
Com a capacidade máxima do estádio preenchida (foram 26.345 pessoas presentes), a mística rubro-negra ofereceu aos atletas e comissão técnica o que melhor de si - muito apoio - e, admitamos, também deu mostras do seu lado ruim: críticas, impaciência e vaias precoces.
O mesmo técnico Pepa que se virou irritado para pedir apoio para a torcida por trás do banco de reservas, foi o que invadiu o gramado após o gol nos acréscimos para comemorar uma vitória emblemática.
Por fim, elenco e comissão técnica do Leão - e, especialmente, Pepa, o mais excitado - foram batizados pelo espírito do estádio rubro-negro em partida que terminou com comemoração digna de conquista.
Compreensível: afinal, foram três pontos que pavimentam e dão muita força na luta pelo acesso do Sport, cada vez mais firme no G-4 e perto do retorno à Primeira Divisão. Restam nove batalhas.
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